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O que está acontecendo com a Netflix?!

O que ninguém imaginava está começando a acontecer: Netflix, a rainha dos streamings, está perdendo território.

Tem algo errado no ar!

Em carta aberta aos investidores sobre os resultados do último trimestre (janeiro a março de 2022), a Netflix informou uma perda de 200 mil assinantes em comparação ao quarto trimestre de 2021, totalizando 221,6 milhões. Você pode pensar: “pra que esse alvoroço todo por causa de 200 mil pessoas, sendo que você ainda tem 222 milhões?!”. Só que a previsão é ainda mais alarmante: a plataforma prevê a perda de 2 milhões de assinantes até o fim de junho. Tá bom pra você agora? 

Então senta, porque tem mais

A ainda líder do mercado divulgou também que ⅓ das assinaturas compartilham senhas, ou seja, são quase 75 milhões de assinaturas que não pagam pelo serviço mas que estão consumindo os conteúdos.

A nova Elite

Entre as causas para o início da queda, uma com certeza foi a chegada dos novos concorrentes no mercado. Praticamente todas as distribuidoras lançaram seu serviço de streaming nos últimos três anos. E a que não lançou, pode ter certeza, está com planos bem avançados.

Quais são você já sabe, então vamos aos números.

  • A Disney+ fechou 2021 superando as previsões de crescimento da Walt Disney: 129,8 milhões de assinaturas, enquanto a previsão dizia 90 milhões até 2023;
  • A HBO Max está crescendo exponencialmente nos Estados Unidos. Somente nos States são 48,6 milhões de assinantes, dos 76,8 milhões ao redor do globo. E o serviço não tem nem 2 anos.
  • A Amazon não divulga os números oficiais de assinantes do Prime Video, porém afirmou que 200 milhões de pessoas já consumiram alguma série da plataforma.
  • Você conhece alguém que assina o Paramount +? Eu sinceramente, não. E, mesmo sem tanta evidência, ele já conta com 56 milhões de assinantes (com esse, assumo, fiquei muito surpreso).

Outros serviços de grandes holdings também estão pegando seu pedaço do bolo, como a Apple TV +, Globo Play, Star + e, por incrível que pareça, elas não estão competindo apenas entre si. Elas estão competindo com tudo: vídeos, músicas, livros, universo gamer e até o Tik Tok.

Então parece que a Netflix vai ter que correr para não ficar para trás destes outros gigantes

A era “Dark” chega pra todos!

Parece que o momento de pisar no freio e tomar algumas atitudes indesejadas – porém necessárias – chegou.

A Netflix já avisou que planeja novas estratégias para atingir dois objetivos:
Evitar que os assinantes continuem pulando do penhasco;
– Aumentar o faturamento sem o aumento do número de assinantes.

Parece impossível, mas não é.

A primeira estratégia está relacionada com o principal motivo de reclamação do serviço: ele é o mais caro do setor.

No Brasil, para você ter uma tela de conteúdo com qualidade apenas de 480p, você tem que desembolsar R$ 25,90. O plano mais caro, com 4 telas simultâneas e resolução 4k, custa quase 60 golpinhos. Para contornar isso, a Netflix planeja uma assinatura mais barata, porém com nossos amigos que amamos tanto chamados anúncios no meio do conteúdo.

Apesar de não ser uma estratégia nova – Globo Play e Paramount + já monetizam assim – ela pode ser uma forma de manter os investidores no navio. 

Outra estratégia, essa inédita, que a gigante adotou se chama ‘N Games’. Visando atingir o colossal público de jogos de dispositivos móveis (saiba mais aqui), a empresa está oferecendo, dentro da assinatura, acesso a jogos exclusivos. Sem anúncios, sem tarifas, sem propaganda. Se está dando certo, ainda não sabemos. Mas o que podemos afirmar da Netflix, é que ela não dá ponto sem nó.

Estratégias para multar quem compartilha a senha da conta também estão em teste na América Latina, então provavelmente nos próximos meses chegará uma linda notificação te dizendo para cortar a conta dos amigos da sua conta. Aguarde.

A rainha precisa lançar seu gâmbito… e rápido!

A Netflix “começa” com uma desvantagem muito importante nessa disputa toda: ela é totalmente independente.

Enquanto todas as outras plataformas contam com time reserva de peso (vulgo Walt Disney, Warner Media, Tv Globo e por aí vai), sua renda depende totalmente de seu conteúdo original

Por isso, ela aprendeu a valorizá-lo como ninguém antes tinha feito. A cada série lançada, a rainha do marketing dá aulas de como fazer sua série chegar em quem tem que chegar. Porém, ela precisa se reinventar em um detalhe: assim como toda explosão, o boom gerado é muito rápido. Vou te explicar o porquê.

Com o formato atual, de lançar todos os episódios de uma vez, o hype gerado nas redes não é alimentado semanalmente como a HBO e a Disney estão fazendo. Por um tempo, esse formato rendeu à Netflix destaque, mas agora rende um sinal de alerta.

A liderança de mercado tem um preço, e principalmente para quem tem esse posto há mais de 10 anos. Temos que lembrar também que tudo tem um limite. Seria 222 milhões de assinantes o limite para o streaming de vídeo?

Resta esperar para ver se a Netflix será uma dessas clássicas empresas que atingem o ápice do setor e estabilizam ali, ou daquelas que continuam caindo a ponto de virarem história.

Bom, de uma coisa temos certeza: quem está de olho na rainha é Elon Musk

Afinal, o que uns bilhões não podem resolver, não é mesmo?