Ir para o trabalho durante a pandemia se tornou um grande desafio na vida de muitas pessoas. Acordar cedo e tomar café da manhã correndo, agora, estão ao lado do desafio físico e psicológico de se deslocar até o trabalho de forma segura.
Afinal de contas, não é todo mundo que quer ou “pode” se manter no home-office, ou até mesmo num formato híbrido. São inúmeros os motivos (como vimos em nosso último papo).
Logo, ir ao escritório tem sido uma forma de escapar dos desconfortos que o trabalho à distância pode nos causar. Só que, enquanto a ciência não inventa um modo de teletransporte, os trabalhadores que preferem a maneira old school de trampar vêm adaptando o quesito mobilidade urbana.
Para você ter uma ideia, já são 45,3% de pessoas que mudaram a maneira de se locomover durante a pandemia, segundo um estudo feito pela NZN Intelligence em colaboração com o Estadão Summit Mobilidade Urbana.
Será que isso já era o esperado?
Mas e você? Mudou o seu jeito de ir ao trabalho? Tem fugido dos perrengues dos transportes públicos? Se sim ou se não, hoje vamos ver que a mobilidade urbana vem adaptando muita coisa por aí.
Ir para o trabalho de bike?
Muita coisa mudou para muita gente. Como dissemos acima, quase metade das pessoas trocaram os meios de deslocamento.
Quantas vezes você entrou num metrô e saiu correndo para conseguir um assento? Pois é, hoje a história é exatamente a oposta: ficar de pé e isolado num vagão é luxo, assim como evitar o transporte público.
Para fugir das aglomerações, houve um aumento de 42,2% de utilização de carros, mas, para a alegria do planeta, 31,6% começaram a ir para o trabalho a pé ou de bicicleta.
E não é que isso mexeu completamente com o mercado?
As vendas de bikes elétricas, por exemplo, cresceram 28,4% (comparando 2020 com 2019). Porém, esse aumento não causou nem cócegas no mercado de mobilidade sustentável. As que se deram bem mesmo foram as empresas de bicicletas compartilhadas.
Saem as amarelas, ficam as laranjas!
Por que, apesar de não termos visto mais “as Yellow” na rua, as magrelas do Itaú estão a todo vapor durante a pandemia. Filhas da Startup Tembici, as laranjinhas foram uma das poucas sobreviventes deste mercado na América Latina.
Só que, primeiro, houve um susto (mesmo que já esperado). Foi no segundo trimestre de 2020, no boom do home-office, que a utilização das bikes compartilhadas diminuiu para a maioria dos públicos. Quem continuou pedalando foram os profissionais da linha de frente e os entregadores.
Contudo, em 2021, a Tembici está confiante com a mudança dos números do ano passado para cá. Pois, mesmo que o primeiro semestre do ano tenha sido fraco para a empresa, o tempo perdido foi usado para aperfeiçoar a tecnologia por trás das bikes, mas com a esperança de que as coisas melhorem no segundo semestre – quando o isolamento social diminuiu devido às vacinações.
Como meta, a Tembici estima aumentar a sua receita em 60% em 2021, focando no acréscimo de mais de 25 milhões de corridas de bike anuais.
Ir para o trabalho de cérebro novo
E novo não quer dizer “melhor”. Pois, convenhamos, já estamos cansados de ouvir e perceber o quanto estamos mais estressados nesse mais de 1 ano de inúmeras incertezas.
O mercado de reformas e construção vai continuar agradando o nosso dia a dia profissional?!
Brincadeiras à parte, o nosso cérebro vem recebendo mudanças fisiológicas as quais eram momentâneas, e por isso até positivas para o seu desempenho, pois funcionavam como uma reciclagem das sinapses ditas como inúteis para o cérebro.
Mas agora, com o prolongamento desse processo (devido à pandemia), as mudanças passaram a ser negativas.
Ainda mais quando 62% das pessoas pararam de fazer exercícios durante a pandemia (FIOCRUZ), sendo este um dos fatores que melhora, e muito, o emocional de todos. E somado a este fator, temos o “estresse passivo” que continuamente vem fazendo parte da vida de todos (de novo, graças à pandemia…). Estresse este que culminou em campanhas como “tá tudo bem não ser produtivo em casa” – campanha que pelo visto não deu muito certo.
Mas então o que dá certo? O que se pode fazer para manter a saúde mental agora que algumas pessoas estão voltando ao trabalho físico?
Dois coelhos com uma pedalada só
Bom… a nossa cabeça está virando uma bagunça, não é mesmo? E para que toda essa desorganização fique mais…organizada (?), é necessário investir em coisas que beneficiem os dois lados: saúde mental e física; pois todos estão passando por mais estresse e mais ansiedade – em estudo feito por Jan Wilke, do Instituto de Ciências do Esporte da Goethe Universidade de Frankfurt.
Logo, isso nos faz pensar ainda mais na possibilidade de investir nas esperanças das Tembici que comentamos mais acima: trabalho e bike! Afinal de contas, é recomendado pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana para se melhorar a saúde (mental e física).
Então, por que não ir trabalhar pedalando?